31 de dezembro de 2010

O mar

O mar. O som calmo do mar.
o embalar das ondas, uma canção de ninar.
a maresia estonteante
Sou 70% água.
Diante do mar
desejo atávico.
quero ir para ele.
O medo não existe.
Deixo que a onda me leve
sem resistência
escorro para dentro do mar
para o fundo.
O pensamento diluí-se em meio a água salgada.
há somente imagens distorcidas.
trêmulas, transparentes, multiplicadas.
Toda memória é já sem razão ou sentido.
Já não há os gritos das crianças
o latido dos cães
o barulho das obras.
Aqui, há apenas canção.
O mar me envolve com seus braços de correnteza
me acalenta
eu me esqueço
me dessou-
vo
volto ao útero.

Um comentário:

  1. Ah! Se eu pudesse voltar ao útero!

    Obrigado pelos parabéns,
    seu espaço tb eh ótimo.
    Mas, pq apagou o coment?

    Rafael.

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